quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Governo favorece a ilegalidade e políticos pedem dinheiro


As críticas mais duras contra o governo parte do presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Sudoeste do Pará (Simaspa), Luís Carlos Tremonte. Segundo ele, os madeireiros que trabalham na ilegalidade foram favorecidos, pois continuam operar normalmente, "dando risada daqueles que atuam de forma legal". Segundo ele, nunca houve um secretário tão prestigiado pelo setor quando Valmir Ortega, mas avalia que chega de conversa e discursos e que chegou a hora de a Sema liberar os planos de manejo.
Tremonte lembra que o Pará é onde o setor florestal não encontra respaldo do estado para se legalizar. "Nos outros estados sobram projetos de manejo", diz, avaliando que a governadora Ana Júlia simplesmente virou as costas para o setor. "A governadora diz que o setor é importante, mas não faz nada", lamenta, convocando a classe política para agir. "Será que vão correr atrás de nos somente no ano que vem, para pedir votos e dinheiro?", desabafa o empresário, afirmando que está se referindo a todos os políticos. O presidente do Simaspa destaca que o limite do bom senso já foi ultrapassado na crise do setor florestal e que a Sema não pode mais ficar no discurso. "Agora acabou o discurso, é hora de trabalhar, de liberar plano de manejo de verdade e deixar o setor trabalhar", disse Tremonte, acrescentando que o secretário Valmir Ortega tem bom senso, mas demora a agir e não demonstra vontade para resolver o problema. "A Sema dizia que não podia liberar planos de manejo em assentamentos por causa de uma decisão judicial, mas o Tribunal Regional Federal em Brasília decidiu que a secretaria é que tem que licenciar estas áreas e eles simplesmente não liberaram nada", revela. "O setor está sendo empurrado para a ilegalidade, quem está na ilegalidade está trabalhando normalmente", denuncia Tremonte, revelando que no oeste do Pará boa parte dos empresários decidiram fechar as portas para não trabalharem de forma ilegal. As empresas que conseguem operar na legalidade trabalham com menos de 30% da capacidade. "Isso é um absurdo, estamos aqui pedindo para trabalhar de forma legal e somos tratados como bandidos pelo Estado, que política florestal é esta?", bate Tremonte, acrescentando que todas estas perguntas e críticas serão feitas pessoalmente ao secretário Valmir Ortega nesta quarta-feira.


Por: Paulo Leandro Leal.

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