Revoltados, indígenas atearam fogo na motocicleta de um dos suspeitos do assassinato (Foto: Polícia Militar)
O indígena Lelo Akay Munduruku,
32 anos, foi assassinado de forma bárbara no município de Jacareacanga. O
corpo foi encontrado em um terreno baldio, no último sábado (23), por
um morador do bairro Bela Vista, onde morava a vítima. Segundo o
sargento da Polícia Militar, Cajado, a vítima foi assassinada em outro
local e o corpo jogado naquela localidade.
“Os indícios demonstram que o corpo foi
jogado ali, uma vez que na remoção do corpo não foi encontrado vestígio
de sangue e nem de luta no local da desova. Também foram aplicadas 21
facadas e uma paulada que destruiu o rosto da vítima ”, disse Cajado.
Ainda de acordo com Cajado, a polícia
iniciou imediatamente as investigações e, ao cruzar as informações,
chegaram a dois suspeitos: Samuel de Sousa, 27 anos, mecânico de
caminhão e cunhado da vítima; e Alan Costa Silva, 22 anos, o “Jogador”. O
segundo suspeito já cumpriu pena na Cadeia Pública de Itaituba por
tráfico de drogas.
No final da tarde de ontem (24), vários
guerreiros Munduruku, ao tomarem conhecimento da prisão dos suspeitos,
cercaram o Destacamento Policial (DPM), de Jacareacanga. Já no início da
noite com a chegada do delegado José Dias Bezerra, o clima ficou mais
tenso.
Os guerreiros Munduruku, que, segundo a
Polícia Militar já chegavam a mais de 200, cercaram a frente do DPM e
pretendiam agredir os suspeitos. Os policias civis colocaram a viatura
na garagem do destacamento e com os suspeitos dentro do veículo saíram
em para Itaituba, deixando para trás cinco policiais militares para
tentar conter 200 guerreiros indígenas.
Revoltados, alguns guerreiros retiraram
uma moto de propriedade de um suspeito de assassinar o indígena de
dentro do destacamento e atearam fogo. Uma faca caiu de debaixo do banco
da moto e os indígenas deduziram que o objeto foi usado no crime e a
entregaram à polícia.
O sargento Cajado chamou alguns
funcionários da Funai e também algumas lideranças indígenas e pediu para
intervir na situação. Ele também entrou em contato com o comando da PM
em Itaituba informando a situação, e foi orientado a não se confrontar
com os indígenas. “Graças a Deus os indígenas se acalmaram e a ameaça de
invasão foi desfeita. A nossa guarnição vai permanecer no Destacamento
até que tudo seja resolvido”, disse Cajado.
(DOL, com informação do repórter Mauro Torres)
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