quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Operação Labareda desarticula esquema que regularizava madeira ilegal em Novo Progresso, no Pará


Operação Labareda desarticula esquema que regularizava madeira ilegal em Novo Progresso, no Pará
Novo Progresso (04/09/2012) — Seis madeireiras envolvidas em esquemas de regularização de madeira ilegal foram embargadas e multadas em mais de R$ 3 milhões, durante a operação Labareda, realizada há 22 dias pelo Ibama na região de Novo Progresso, no oeste do Pará.

Durante as fiscalizações, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) e apoio da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar do Pará e Força Nacional, cerca de cinco mil m³ de madeira em tora (250 caminhões cheios) e 1,8 mil m³ de madeira serrada (50 caminhões) foram apreendidos.

Às margens da BR-163 (Cuiabá-Santarém), perto da fronteira com o Mato Grosso, funcionava uma das maiores madeireiras envolvidas nas fraudes. Ao chegar ao local, o Ibama e a Sema encontraram o pátio lotado com pilhas de madeira sem origem legal."Eram árvores que foram exploradas nas unidades de conservação, terras indígenas e desmatamentos irregulares", explica o chefe da Fiscalização da Sema, Cristiano Rocha. "A empresa aguardava apenas as guias florestais fraudadas, que viriam de Goianésia, Itaituba e Pacajá, para esquentar o produto florestal, e colocar no mercado como se fosse de plano de manejo sustentável", diz o coordenador da operação Labareda, o analista ambiental do Ibama Paulo Maués.

Investigação — De janeiro a agosto deste ano, as seis empresas autuadas comercializaram cerca de 50 mil m³ de madeira, boa parte de forma suspeita. Um volume superior ao de todas as outras 45 madeireiras instaladas em Novo Progresso, que movimentaram juntas menos de 40 mil m³ no mesmo período. Investigadas pelo Ibama desde o início da operação, elas realizaram diversas transações consideradas fraudulentas, entre elas forjar a compra de madeira em Breves ou em Tailândia, distantes mais de 1,5 mil km de Novo Progresso, o que torna o negócio antieconômico.

Para o Ibama, o fim do esquema vai contribuir para a redução dos desmates na região, que cresceram no ranking nos últimos meses (leia mais aqui). “Sem madeireiras como estas para esquentar madeira, diminui-se a pressão sobre as florestas públicas e os desmatamentos. Em parte, também a derrubada de florestas são financiadas por elas”, afirma Paulo Maués.

Mais da metade dos desmatamentos no Pará em 2012 está concentrada na região de Novo Progresso, que inclui também parte do sul de Altamira e Itaituba. Segundo o Ibama, a operação Labareda permanecerá no município até que todos os desmates sejam interrompidos, autuados e embargados, e os índices de desflorestamento voltem à normalidade.


Nelson Feitosa
Jornalista e Analista Ambiental
Assessor de Comunicação do Ibama no Pará
Tel. (91) 3210-4710 / 3210-4700
Cel. (91) 9200-9171 / (94) 8159-1994

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