sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Madeireiros se queixam do atraso na liberação de planos de manejo

Na avaliação do empresário Luís Carlos Tremonte, presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Sudoeste do Pará (Simaspa) e liderança mais atuante do setor no Estado, o maior culpado pelas manifestações que ocorreram no começo desta semana em Tailândia, no Nordeste do Pará, foi o próprio governo, que se mostrou insensível a uma crise crescente no setor. Para ele, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a governadora Ana Júlia enganam o País ao tentarem culpar o setor madeireiro pelo desmatamento da Amazônia. Em entrevista à Rádio CBN, Tremonte fez duras críticas ao governo, que, segundo ele, já sabia que protestos como o de Tailândia iriam acontecer. 'Eu tenho guardados matérias em jornais, rádios e TVs e centenas de documentos enviados para órgãos do governo federal e até para o próprio presidente Lula informando que a dificuldade em obter matéria-prima legalizada para as indústrias madeireiras no Pará estava criando um clima de convulsão social', disse o sindicalista, acrescentando que vê no episódio uma ação, se não articulada, pelo menos facilitada pelo próprio governo, para desviar o foco das verdadeiras causas do desmatamento. Tremonte diz que o governo federal não tem competência para combater o aumento do desmatamento na Amazônia acusa o setor florestal de bode expiatório. 'Não estávamos brincando quando alertamos que o Pará pode ser palco de uma tragédia social', dispara o empresário, garantindo que em casos como o de Tailândia, o que houve foi mesmo uma revolta popular. 'Você tem um município onde o setor florestal é o maior gerador de emprego, o governo não libera matéria-prima para as empresas trabalharem, e quando acontece uma operação dessa a revolta é grande', explica. Tremonte disse que as dificuldades criadas pelo governo para a liberação dos planos de manejos florestais sustentáveis é uma das causas para o aumento do desmatamento. 'Sem poder obter renda com a floresta em pé, os proprietários acabam desmatando', diz, garantindo que, ao contrário do que diz o governo, o setor vem buscando a legalidade.

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