Na avaliação do empresário Luís Carlos Tremonte, presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Sudoeste do Pará (Simaspa) e liderança mais atuante do setor no Estado, o maior culpado pelas manifestações que ocorreram no começo desta semana em Tailândia, no Nordeste do Pará, foi o próprio governo, que se mostrou insensível a uma crise crescente no setor. Para ele, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a governadora Ana Júlia enganam o País ao tentarem culpar o setor madeireiro pelo desmatamento da Amazônia. Em entrevista à Rádio CBN, Tremonte fez duras críticas ao governo, que, segundo ele, já sabia que protestos como o de Tailândia iriam acontecer. 'Eu tenho guardados matérias em jornais, rádios e TVs e centenas de documentos enviados para órgãos do governo federal e até para o próprio presidente Lula informando que a dificuldade em obter matéria-prima legalizada para as indústrias madeireiras no Pará estava criando um clima de convulsão social', disse o sindicalista, acrescentando que vê no episódio uma ação, se não articulada, pelo menos facilitada pelo próprio governo, para desviar o foco das verdadeiras causas do desmatamento. Tremonte diz que o governo federal não tem competência para combater o aumento do desmatamento na Amazônia acusa o setor florestal de bode expiatório. 'Não estávamos brincando quando alertamos que o Pará pode ser palco de uma tragédia social', dispara o empresário, garantindo que em casos como o de Tailândia, o que houve foi mesmo uma revolta popular. 'Você tem um município onde o setor florestal é o maior gerador de emprego, o governo não libera matéria-prima para as empresas trabalharem, e quando acontece uma operação dessa a revolta é grande', explica. Tremonte disse que as dificuldades criadas pelo governo para a liberação dos planos de manejos florestais sustentáveis é uma das causas para o aumento do desmatamento. 'Sem poder obter renda com a floresta em pé, os proprietários acabam desmatando', diz, garantindo que, ao contrário do que diz o governo, o setor vem buscando a legalidade.
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