terça-feira, 3 de junho de 2008

Índio Kaipó, de um ano e dois meses morre queimado.


Ngreyboty Kaipó, de um ano e dois meses de idade, deu entrada no HMUE, na sexta-feira, com queimaduras de primeiro e segundo grau em 90% do corpo. De acordo com o prontuário médico do atendimento, as queimaduras foram causadas por uma infusão de ervas em água fervente, pelo menos cinco dias antes do registro do paciente no Hospital. O prontuário também relata que o menino apresentava um estado de desnutrição e higiene precária, e que a causa da morte não seriam as queimaduras, mas sim, uma hemorragia pulmonar intensa. A assessroia do hospital divulgou, ainda, que a hemorragia poderia ter sido causada por uma inalação de substância tóxica, e agravada pelo sistema pulmonar debilitado da criança. A família Kaiapó vive a 30 quilômetros do centro de Novo Progresso, nas proximidades da rodovia BR-163, a Cuiabá-Santarém, na Aldeia Baú, onde cerca de 300 índígenas vivem isolados no meio da mata. O administrador do Funai em Belém juscelino Bessa, que esteve junto com a família durante o impasse na liberação do corpo pelo Hospital Metropolitano, conta que pela tradição Kaiapó, os doentes da tribo não podem ser tratados com remédios nem por médicos da cidade. Segundo ele, os próprios índios tentaram curar a criança em um tipo de terapia com plantas, e acabaram agravando o estado de saúde do garoto, a ponto de ocasionar o falecimento dele.

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