Agricultores familiares de Novo Progresso, sudoeste do estado, já têm
garantia de comercialização para a produção leiteira do município. O
produto in natura, que acabava sendo descartado na sua grande maioria,
ou servia de alimento para os animais, será industrializado na
microusina de beneficiamento de leite que está sendo implantada no
município.
A unidade de beneficiamento, com
capacidade para processar dois mil litros de leite diariamente,
produzirá queijo muçarela como produto principal, além de leite
pasteurizado e iogurte. A ideia é mudar a matriz produtiva do município,
que vive basicamente da pecuária de corte. Segundo dados da Agência de
Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Novo Progresso, que tem rebanho
bovino com status livre de aftosa com vacinação, tem cerca de 1800 vacas
em lactação, o que representa uma produção de quase nove mil litros de
leite diariamente.
O processo tem total
acompanhamento da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Estado do Pará (Emater), que entre outras ações atende a demanda do
agricultor na construção de capineira e na manutenção da mineralização
do rebanho, além da sensibilização para as questões sanitárias previstas
pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela
Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará). Paralelo a isso, a
Emater proporciona a educação rural, no sentido de sensibilizar o
agricultor da necessidade e os benefícios do associativismo, do trabalho
em grupo e a melhoria da qualidade de vida das famílias.
Inicialmente os alimentos processados serão destinados ao Programa
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e serão entregues nas escolas e
creches municipais, garantindo segurança no produto consumido pelos
cerca de oito mil alunos da rede pública. A microusina é resultado de
demandas apresentadas no Conselho de Desenvolvimento Territorial
(Codeter), com recursos da ordem de 140 mil reais do governo federal,
através do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), e do Governo do
Pará.
Cabe à prefeitura de Novo Progresso a
garantia da reforma e adaptação do galpão que vai receber a microusina. A
unidade beneficiará diretamente 30 famílias da Associação dos
Produtores Rurais Vale do Jamanxim (Apruvaj) e será assessorada por um
conselho gestor formado por 11 entidades governamentais e a sociedade
civil organizada.
No processo, o Banco da Amazônia
também é parceiro. Já existe articulação entre a Emater local e o agente
financeiro para fomentar, através do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) Agroindústria e Mais
Alimentos, novos financiamentos que consolidem de forma definitiva a
atividade leiteira e a agroindústria. Até o final de abril o
empreendimento será vistoriado pela Caixa Econômica Federal e Secretaria
Estadual de Ciência e Tecnologia.
A microusina deve estar em pleno
funcionamento até o final deste semestre. “A implantação da unidade vai
abrir novos horizontes na matriz produtiva local. A pecuária de corte
como atividade exclusiva do pequeno agricultor é inviável, por causa do
volume de produtos a ser comercializado”. Afirma Marcelo Reis, técnico
agropecuário da Emater.
Iolanda Lopes / JORNAL O ATUAL
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