O
impasse vem desde meados de 2010, quando o vereador Nego do Bento
(PMDB), cedeu para Prefeitura Municipal o local para descarregar o
lixão produzido na cidade de Novo Progresso, em terreno de sua
propriedade próximo a comunidade "Bandeirantes", distante
aproximadamente 10 quilômetros da sede do município. Segundo os
moradores mesmo com uma distância de dois (02) quilômetros da
Comunidade, aumentou as moscas e outros insetos peçonhentos, como ratos e
baratas, sem contar com o mal cheiro. Imagine agora colada na
comunidade!!
A
revolta aconteceu nesta sexta-feira (07/06), ao interceptarem um novo
lixão na região e agora mais próximo à Comunidade, as margens da rodovia
BR-163, com uma distância de menos de mil metros da igreja e da sede
dos comunitários.
Moradores
se reuniram e impediram os caminhões a descarregar o lixão, sobre
protesto de falta de higiene e local desapropriado para receber este
tipo de material.
Os moradores reclamam que a instalação do aterro foi imposta e eles não foram consultados. “O povo é o último a saber das coisas. Eles deveriam ter se comunicado com a comunidade. A gente respira o verde e vai respirar agora a poluição. Estão iludindo muitas pessoas, em matéria de emprego, mas promessa todo mundo faz. Bandeirantes vai ser conhecido como a comunidade do lixão e será esquecida”, reclamou o pecuarista Delcio Sanches , que há 24 anos foi morar na localidade, que não passava de poucas casas, em meio a floresta e sítios.
Para
o presidente da comunidade Bandeirante, Seu Roque, o quadro que se
aproxima é perturbador. Ele já organizou um abaixo-assinado contra a
instalação do aterro e promete um grande protesto, reunindo a comunidade
contra a obra. “Eu fiz uma pesquisa de opinião e mais de 98% dos
entrevistados foram contra o lixão. Estamos colhendo assinaturas dos
moradores para embargar o lixão nessa região. Aqui tem um aquífero
“Córrego Bandeirante” e tememos pela poluição do mesmo e do rio
Jamanxin, além da contaminação da comunidade com doenças contagiosas”,
apontou Roque.
Segundo
um dos moradores mais antigos na comunidade, o que esta acontecendo é
uma falta de respeito com a população, antes da eleição nos reunimos com
o prefeito, em troca de apoio, ele assumiu o compromisso de retirar o
lixão daqui, (Romanholli prometeu retirar o lixão com noventa(90) dias
após eleito). A causa da indignação com o prefeito que ao contrário do
prometido, fez um acordo com o vereador Nego do Bento (PMDB) e adquiriu
sobre contrato mensal, uma nova área nas proximidades da rodovia BR-163,
bem mais próximo da Comunidade. Já o vereador Luizão em visita (no
local), afirmou aos comunitários que o local é excelente e que não deve
sair e sim permanecer o lixão "este local é adequado",disse.
Em
forma de protesto e repúdio, os moradores reivindicam a retirada do
depósito instalado nesta semana. Representando os moradores, o Senhor
Hermes Faccin, enfatizou as consequências provocadas pela instalação do
lixão naquele local. “Viemos hoje a público manifestar repúdio e
indignação pela atitude incoerente e irresponsável de transformar
propriedade dessa localidade em um lixão", disse. Segundo relatou
Hermes, o local é impróprio, e a Prefeitura não tem licença ambiental
para tal, e bem próximo do lixão tem duas nascentes, que já estão sendo
poluídas pelos dejetos que elas recebem do lixão.
A
reportagem do Jornal Folha do Progresso foi chamada para acompanhar a
manifestação e aproveitamos para vistoriar o local onde encontramos;
nascente de água, córrego já recebendo o dejeto do lixão e tanques de
peixes que correm o risco de contaminação.
O
lixo despejado no local é recolhido em toda a cidade e não há distinção
dos tipos de lixos que são jogados ao ar livre e não existe nenhuma
forma de tratamento (compostagem, reciclagem, incineração, etc....) dos
resíduos. Na área, o sistema de tratamento é inexistente e o destino
final inadequado.
Relato
de uma catadora de lixo, diz que certa vez encontrou órgãos humanos
dentro de um saco preto que veio junto com o lixo hospitalar, seria este
o útero de uma mulher e outros órgãos, e vários resíduos sólidos de
serviços de saúde que são gerados por prestadoras de assistências
médicas, odontológicas, laboratoriais, farmacêuticas e instituições de
ensino e pesquisa médica, relacionados tanto à população humana quanto à
veterinária, esses lixos em função da presença de matérias biológicos
capazes de causar infecções, objetos perfurocortantes potencial ou
efetivamente contaminados, deveriam receber um tratamento especial,
visto ser proibidos julgá-los como lixo comum e ficarem expostos a céu
aberto.
Do
ponto de vista sanitário, a disposição dos resíduos a céu aberto
fornece condições extremamente desfavoráveis à saúde pública, tendo o
potencial de proliferação de micro e macrovetores, a possibilidade de
transmissão de doenças e outras enfermidades nocivas e até letais como
tifo, pólio, leptospirose, hepatite C e cólera, acrescenta o biólogo.
Também
é jogado no local animais mortos que juntando com todos os acima
citado, são carregados pela enxurrada para dentro da nascente do Lago
Municipal que fica próximo do lixão, onde resíduos como o “chorume”
levados pela chuva contamina o lençol freático, as espécies aquáticas e
também as pessoas que habitam próximo à margem (cultivo de hortaliças e
uso doméstico) e até mesmo os demais populares que consomem essas
hortaliças, tornando com isso um problema de saúde pública e ambiental.
A
informações que o vereador tenha se beneficiado em ceder área para o
lixão, à denuncia que ele recebe o montante de R$ 1.700,00 (Hum mil e
setecentos reais) mensais para tal.
Segundo
um dos funcionários que despejaram o material, a ordem para o serviço
(Lixão) partiu da Prefeitura. Já o Secretário de Obras Senho Gelson Dill
e o Prefeito, concordaram que o local é adequado, disse. Procurado
para explicar sobre o local de sua propriedade o Vereador Nego do Bento
afirmou aos Comunitários, que não há nascente no local. Ele também
afirmou que o local onde está o lixão não vai ser mudado, “ a área não é
de preservação e sim uma área particular e não arreda o lixão daquele
local”, comentou.
Os moradores também reclamam que a situação prejudica
os cultos e festas realizados na capela “São Cristóvão” que fica próximo
do lixão. No fechamento desta edição procuramos o prefeito Osvaldo
Romanholi(PR), para tratar sobre o assunto e o mesmo não foi encontrado,
segundo assessoria do prefeito esta em viagem, só se pronunciará sobre o
assunto no seu retorno.
A
comunidade deve entrar com denuncia junto ao Ministério Público, sobre
crime ambiental e improbidade administrativa, contra o Prefeito e
Vereador proprietário do terreno.
Procuramos
imagem (abaixo) satélite do local, para ficar mais fácil ver que tem
naquele local muitas nascentes, que correm sério risco de serem
contaminadas e poluídas.
Fonte/Fotos: Redação Folha do Progresso
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sábado, 8 de junho de 2013
Comunidade Bandeirantes protesta contra instalação do “LIXÃO” (aterro sanitário), próximo da comunidade
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