sábado, 8 de junho de 2013

Comunidade Bandeirantes protesta contra instalação do “LIXÃO” (aterro sanitário), próximo da comunidade

O impasse vem desde meados de 2010, quando o vereador Nego do Bento (PMDB), cedeu para Prefeitura Municipal o local para descarregar o lixão  produzido na cidade de Novo Progresso, em terreno de sua propriedade próximo a comunidade  "Bandeirantes", distante aproximadamente 10 quilômetros da sede do município. Segundo os moradores mesmo com uma distância de dois (02) quilômetros da Comunidade, aumentou as moscas e outros insetos peçonhentos, como ratos e baratas, sem contar com o mal cheiro. Imagine agora colada na comunidade!! 


A revolta aconteceu nesta sexta-feira (07/06), ao interceptarem um novo lixão na região e agora mais próximo à Comunidade, as margens da rodovia BR-163, com uma distância de menos de mil metros da igreja e da sede dos comunitários. 


Moradores se reuniram e impediram os caminhões a descarregar o lixão, sobre protesto de falta de higiene e local desapropriado para receber este tipo de material.

Os moradores reclamam que a instalação do aterro foi imposta e eles não foram consultados. “O povo é o último a saber das coisas. Eles deveriam ter se comunicado com a comunidade. A gente respira o verde e vai respirar agora a poluição. Estão iludindo muitas pessoas, em matéria de emprego, mas promessa todo mundo faz. Bandeirantes  vai ser conhecido como a comunidade  do lixão e será esquecida”, reclamou o pecuarista Delcio Sanches , que há 24 anos foi morar na localidade, que não passava de poucas  casas, em meio a floresta e  sítios. 


Para o presidente da comunidade Bandeirante, Seu Roque, o quadro que se aproxima é perturbador. Ele já organizou um abaixo-assinado contra a instalação do aterro e promete um grande protesto, reunindo a comunidade contra a obra. “Eu fiz uma pesquisa de opinião e mais de 98% dos entrevistados foram contra o lixão. Estamos colhendo assinaturas dos moradores para embargar o lixão nessa região. Aqui tem um aquífero “Córrego Bandeirante” e tememos pela poluição do mesmo e do rio Jamanxin, além da contaminação da comunidade com doenças contagiosas”, apontou Roque. 


Segundo um dos moradores mais antigos na comunidade, o que esta acontecendo é uma falta de respeito com a população, antes da eleição nos reunimos com o prefeito, em troca de apoio, ele assumiu o compromisso de retirar o lixão daqui, (Romanholli prometeu retirar o lixão com noventa(90) dias após eleito). A causa da indignação com o prefeito que ao contrário do prometido, fez um acordo com o vereador Nego do Bento (PMDB) e adquiriu sobre contrato mensal, uma nova área nas proximidades da rodovia BR-163, bem mais próximo da Comunidade. Já o vereador Luizão em visita (no local), afirmou aos comunitários que o local é excelente e que não deve sair e sim permanecer o lixão "este local é adequado",disse.

Em forma de protesto e repúdio, os moradores reivindicam a retirada do depósito instalado nesta semana. Representando os moradores,  o Senhor Hermes Faccin, enfatizou as consequências provocadas pela instalação do lixão naquele local. “Viemos hoje a público manifestar repúdio e indignação  pela atitude incoerente e irresponsável de transformar propriedade dessa localidade em um lixão", disse.  Segundo relatou Hermes, o local é impróprio, e a Prefeitura não tem licença ambiental para tal, e bem próximo do lixão tem duas nascentes, que já estão sendo poluídas pelos dejetos que elas recebem do lixão.

A reportagem do Jornal Folha do Progresso foi chamada para acompanhar a manifestação e aproveitamos para vistoriar o local onde encontramos; nascente de água, córrego já recebendo o dejeto do lixão e tanques de peixes que correm o risco de contaminação.

O lixo despejado no local é recolhido em toda a cidade e não há distinção dos tipos de lixos que são jogados ao ar livre e não existe nenhuma forma de tratamento (compostagem, reciclagem, incineração, etc....) dos resíduos. Na área, o sistema de tratamento é inexistente e o destino final inadequado.

Relato de uma catadora de lixo, diz que certa vez encontrou órgãos humanos dentro de um saco preto que veio junto com o lixo hospitalar, seria este o útero de uma mulher e outros órgãos, e vários resíduos sólidos de serviços de saúde que são gerados por prestadoras de assistências médicas, odontológicas, laboratoriais, farmacêuticas e instituições de ensino e pesquisa médica, relacionados tanto à população humana quanto à veterinária, esses lixos em função da presença de matérias biológicos capazes de causar infecções, objetos perfurocortantes potencial ou efetivamente contaminados, deveriam receber um tratamento especial, visto ser proibidos julgá-los como lixo comum e ficarem expostos a céu aberto.

Do ponto de vista sanitário, a disposição dos resíduos a céu aberto fornece condições extremamente desfavoráveis à saúde pública, tendo o potencial de proliferação de micro e macrovetores, a possibilidade de transmissão de doenças e outras enfermidades nocivas e até letais como tifo, pólio, leptospirose, hepatite C e cólera, acrescenta o biólogo.

Também é jogado no local animais mortos que juntando com todos os acima citado, são carregados pela enxurrada para dentro da nascente do Lago Municipal que fica próximo do lixão, onde resíduos como o “chorume” levados pela chuva contamina o lençol freático, as espécies aquáticas e também as pessoas que habitam próximo à margem (cultivo de hortaliças e uso doméstico) e até mesmo os demais populares que consomem essas hortaliças, tornando com isso um problema de saúde pública e ambiental.

A informações que o vereador tenha se beneficiado em ceder área para o lixão, à denuncia que ele recebe o montante de R$ 1.700,00 (Hum mil e setecentos reais) mensais para tal. 

Segundo um dos funcionários que despejaram o material, a ordem para o serviço (Lixão) partiu da Prefeitura. Já o Secretário de Obras Senho Gelson Dill e o Prefeito, concordaram que o local é adequado, disse.  Procurado para explicar sobre o local de sua propriedade o Vereador Nego do Bento afirmou aos Comunitários, que  não há nascente no local. Ele também afirmou que o local onde está o lixão não vai ser mudado, “ a área não é de  preservação e sim uma área particular e não arreda o lixão daquele local”, comentou.

Os moradores também reclamam que a situação prejudica os cultos e festas realizados na capela “São Cristóvão” que fica próximo do lixão. No fechamento desta edição procuramos o prefeito Osvaldo Romanholi(PR), para tratar sobre o assunto e o mesmo não foi encontrado, segundo assessoria do prefeito esta em viagem, só se pronunciará sobre o assunto no seu retorno. 

A comunidade deve entrar com  denuncia junto ao Ministério Público, sobre crime ambiental e improbidade administrativa, contra o Prefeito e Vereador proprietário do terreno. 

Procuramos imagem (abaixo) satélite do local, para ficar mais fácil ver que tem naquele local muitas nascentes, que correm sério risco de serem contaminadas e poluídas.

Fonte/Fotos: Redação Folha do Progresso 

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