O município de Novo Progresso, localizado em área de garimpo na região da Transamazônica, tem registrado altos números de casos do vírus HIV/Aids nos úlltimos 12 meses. Desde outubro de 2007 a situação se agravou, com uma média de 4 casos diagnosticados por mês, o que significa um caso por semana, entre uma população de apenas 37 mil habitantes. O mais grave, no entanto, é que devido à distância, o município tem enfrentado dificuldades para fazer as confirmações obrigatórias dos diagnósticos detectados por meio do método 'Elisa', feitos no hospital municipal. O município tem oficialmente 20 casos de Aids, mas outras 25 novas amostras positivas encontradas nos últimos meses precisam ser reencaminhadas para a sorologia definitiva em Belém, por isso seus resultados não podem ser entregues aos pacientes interessados. São amostras que demoraram para chegar em Belém e foram descartadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), responsável pelo teste definitivo. A demora ocorre porque a única linha de transporte aéreo que atende Novo Progresso sai do município por volta de meio-dia e faz escalas em Uruará, Rurópolis, Itaituba e Altamira, para depois seguir para Belém, onde a chegada ocorre sempre por volta de 19 horas. 'Nesse horário o Lacen já está fechado, por isso as nossas amostras só são entregues no dia seguinte, infelizmente fora do prazo ideal para a realização das sorologias. Só em janeiro foram três casos positivos, e um dos pacientes morreu sem ter a confirmação definitiva do diagnóstico. Outro paciente teve teste positivo, mas as únicas amostras que o município confirmou são as trazidas em mãos quando surge uma oportunidade de vôo direto, algumas trazidas pelo próprio prefeito Tony Fábio. Garimpo - O nível de infeccção pelo HIV tem aumentado por conta do extenso fluxo migratório para as áreas de garimpos como 'Marrom' e Pixiá, onde há um expressivo número de trabalhadores, principalmente oriundos do Maranhão, que trabalham no garimpo e nos finais de semana deslocam-se para a sede de Novo Progresso, em busca das áreas de prostituição. São trabalhadores de uma faixa etária com mais dificuldades de aderir ao preservativo, apesar das campanhas educativas, tanto que a faixa de idade mais atingida varia de 35 a 50 anos.
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