Os índios mundurucus e caiapós estão perdendo a paciência com a direção da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) por causa da substituição do diretor do Distrito de Saúde Indígena do Tapajós, no município de Itaituba, no oeste do Pará. Os índios não aceitam a exoneração de Raimundo Rosivaldo Ferreira de Souza. Ontem, 17 lideranças dessas etnias, que representam 113 comunidades da região, chegaram a Belém para protestar junto à superintendência da Funasa. Eles se reuniram com o coordenador, Florivaldo Vieira Martins, para tentar reverter a exoneração, mas não foram atendidos. 'Ele disse que a decisão é de Brasília', informaram as lideranças. Há mais de um mês os índios ocupam a sede do Distrito de Saúde Indígena em Itaituba e garantem que ninguém vai tomar posse no lugar de Rosivaldo. Os índios estão dispostos a ir às últimas conseqüências, porque não foram consultados sobre a substituição. 'Fomos surpreendidos com a nomeação de Ângela Regis, mas sabemos que é uma indicação política do PMDB para beneficiar o pré-candidato a prefeito Valmir Climaco. Nós não vamos aceitar, somos conhecidos como cortadores de cabeça. Será que vamos ter que cortar as cabeças dos nossos inimigos para depois sermos julgados por eles e pela sociedade?', disse o líder Rosenildo Mundurucu. Os índios disseram que já receberam apoio do Ministério Público e da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Belém. Eles fizeram novamente um documento para a direção da Funasa em Brasília pedindo a volta do antigo diretor, que estava há dois anos trabalhando em Itaituba. Segundo eles, a substituição de Rosivaldo foi assinada pelo diretor-executivo da Funasa em Brasília, Josenir Nascimento. 'Ninguém assume quem fez a substituição, mas não foi indicação técnica da fundação. Só que não vamos permitir que ninguém assuma o lugar dele', garantiram os índios. É a terceira vez que os índios ocupam a sede da Funasa em Itaituba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário