sábado, 7 de abril de 2012

Obras de péssima qualidade na rodovia 163 começa deteriorar poucos meses depois de asfaltada no Pará

O pesado fardo ao bolso dos contribuintes é tratado com descaso pelas empreiteiras 03 Irmãos, JM, Contern, Cincop e outras que ganharam a licitação para executar a obra de pavimentação da BR 163 no trecho dentro do Estado do Pará.O descaso com dinheiro público pode ser estendido também a SKILL Engenharia, paga para fiscalizar e ao DNIT responsável pelo serviço.

Percorrendo o trecho entre Cachoeira da Serra e Novo Progresso, de num total de cerca de 300 Km, com quase 200 km Já pavimentados pela Contern, JM e 03 Irmãos não precisa ser especialista para observar o serviço resultado de projetos equivocados e má aplicação dos recursos.

Com o trecho da empreiteira CINCOP, 41 km saindo de Novo Progresso para Santarém os problemas são menores, mas existem já te remendos com trechos que a terraplenagem cedeu. Os danos causados pelo curto espaço de  tempo de menos de 01 ano, apesar do pouco tráfego e pelas chuvas sobre esses trechos asfaltados sob responsabilidade do setor público jogaram no ralo milhões e milhões em dinheiro e está frustrando o sonho de décadas da população local em ver a rodovia pavimentada.

O desperdício se dá por meio de obras malfeitas e, é já é comum ver funcionários das empreiteiras remendando fissuras, rachaduras e buracos no asfalto recém colocado, vergonhosas operações tapa-buracos no asfalto novo.

A situação beira a calamidade e vai muito além da corrupção. De um lado, diz Cláudia Viegas, pesquisadora da LCA Consultores, o desperdício de dinheiro público está associado à ineficiência, pois são comuns erros na contratação de obras. “A manutenção recorrente de estradas e rodovias pode denunciar falhas na concepção do projeto ou falta de especificações em contratos que contemplem variáveis como clima, tipo de solo e tráfego”, explica. De outro, está a burocracia. As autoridades se apegam à regra do menor preço definida pelos órgãos de fiscalização e desconsideram características regionais e exigências técnicas para os empreendimentos.

Nesses casos, entende a economista, a solução está em melhorar o planejamento, investir em estudos prévios e cobrar resultados a longo prazo. “Sobretudo nas novas obras, já há consenso sobre a validade de observar o prazo global, que inclui a expectativa de vida útil do empreendimento. As licitações devem focar qualidade, que é uma aliada do cidadão”, diz. Também começa a se consagrar a percepção sobre o tipo de pavimento mais adequado para cada obra, como o concreto usado em corredores de ônibus, pistas para aviões e rodovias de tráfego pesado e intenso. “O asfalto não é mais a única opção. Existem hoje 20 tipos de pavimentação, moldados conforme a necessidade”, acrescenta.

Os órgãos de controle de gastos públicos são indiferentes quanto ao tipo de material empregado no pavimento…“Isso é prerrogativa dos contratantes (governos)”, esclarece Liliane Galvão Colares, secretária de Fiscalização de Obras do Tribunal de Contas da União (TCU). Mas ela ressalta que está ganhando força a exigência de “cláusulas de desempenho” em obras. Com isso, empreiteiras estão sendo obrigadas a refazer trechos que não duraram o tempo prometido nos contratos…Se for assim, as empreiteiras da BR 163 terão muito trabalho para reparar estragos em suas obras. O tráfego da Santarém-Cuiabá certamente não será pequeno, nem leve, afinal o objetivo será transformar a rodovia no novo corredor de exportação de toda produção agropecuária do centroeste brasileiro. Precisavamos de uma rodovia de alta qualidade, e pelo que vemos, não teremos.

Por: Édio Rosa

Um comentário:

  1. poderia ter colocado mais umas fotos, para podermos ter uma melhor idea, da real situacao...

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