O pesado fardo ao bolso dos contribuintes é tratado com descaso pelas
empreiteiras 03 Irmãos, JM, Contern, Cincop e outras que ganharam a
licitação para executar a obra de pavimentação da BR 163 no trecho
dentro do Estado do Pará.O descaso com dinheiro público pode ser
estendido também a SKILL Engenharia, paga para fiscalizar e ao DNIT
responsável pelo serviço.
Percorrendo o trecho entre Cachoeira da Serra e Novo Progresso, de
num total de cerca de 300 Km, com quase 200 km Já pavimentados pela
Contern, JM e 03 Irmãos não precisa ser especialista para observar o
serviço resultado de projetos equivocados e má aplicação dos recursos.
Com o trecho da empreiteira CINCOP, 41 km saindo de Novo Progresso para
Santarém os problemas são menores, mas existem já te remendos com
trechos que a terraplenagem cedeu. Os danos causados pelo curto espaço
de tempo de menos de 01 ano, apesar do pouco tráfego e pelas chuvas
sobre esses trechos asfaltados sob responsabilidade do setor público
jogaram no ralo milhões e milhões em dinheiro e está frustrando o sonho
de décadas da população local em ver a rodovia pavimentada.
O desperdício se dá por meio de obras malfeitas e, é já é comum ver
funcionários das empreiteiras remendando fissuras, rachaduras e buracos
no asfalto recém colocado, vergonhosas operações tapa-buracos no asfalto
novo.
A situação beira a calamidade e vai muito além da corrupção. De um lado,
diz Cláudia Viegas, pesquisadora da LCA Consultores, o desperdício de
dinheiro público está associado à ineficiência, pois são comuns erros na
contratação de obras. “A manutenção recorrente de estradas e rodovias
pode denunciar falhas na concepção do projeto ou falta de especificações
em contratos que contemplem variáveis como clima, tipo de solo e
tráfego”, explica. De outro, está a burocracia. As autoridades se apegam
à regra do menor preço definida pelos órgãos de fiscalização e
desconsideram características regionais e exigências técnicas para os
empreendimentos.
Nesses casos, entende a economista, a solução está em melhorar o
planejamento, investir em estudos prévios e cobrar resultados a longo
prazo. “Sobretudo nas novas obras, já há consenso sobre a validade de
observar o prazo global, que inclui a expectativa de vida útil do
empreendimento. As licitações devem focar qualidade, que é uma aliada do
cidadão”, diz. Também começa a se consagrar a percepção sobre o tipo de
pavimento mais adequado para cada obra, como o concreto usado em
corredores de ônibus, pistas para aviões e rodovias de tráfego pesado e
intenso. “O asfalto não é mais a única opção. Existem hoje 20 tipos de
pavimentação, moldados conforme a necessidade”, acrescenta.
Os órgãos de controle de gastos públicos são indiferentes quanto ao
tipo de material empregado no pavimento…“Isso é prerrogativa dos
contratantes (governos)”, esclarece Liliane Galvão Colares, secretária
de Fiscalização de Obras do Tribunal de Contas da União (TCU). Mas ela
ressalta que está ganhando força a exigência de “cláusulas de
desempenho” em obras. Com isso, empreiteiras estão sendo obrigadas a
refazer trechos que não duraram o tempo prometido nos contratos…Se for
assim, as empreiteiras da BR 163 terão muito trabalho para reparar
estragos em suas obras. O tráfego da Santarém-Cuiabá certamente não será
pequeno, nem leve, afinal o objetivo será transformar a rodovia no novo
corredor de exportação de toda produção agropecuária do centroeste
brasileiro. Precisavamos de uma rodovia de alta qualidade, e pelo que
vemos, não teremos.
poderia ter colocado mais umas fotos, para podermos ter uma melhor idea, da real situacao...
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